Marco Aurélio Gimenez fez curso técnico de eletrônica e sempre foi um estudioso em energias alternativas. Em sua adolescência, em meados de 1978, foi premiado em um trabalho de colégio, cujo tema principal foi Fontes Alternativas de Energia Elétrica.
Sempre procurou dados sobre o assunto e estuda desde esta época sobre energias alternativas. Hoje, diretor de uma indústria, localizada no interior de São Paulo, passou a aplicar seu conhecimento em soluções para seus equipamentos, utilizando energias renováveis. Por conta de todo esse envolvimento com o assunto, Gimenez começou a construir sua residência, de 400 metros quadrados, no ano de 2008, e acabou optando por todas as alternativas sustentáveis possíveis para a sua obra. Desde que começou a construção, já foi possível prever algumas ações e iniciar todo o processo para economizar e ainda preservar o meio ambiente. Em sua vida, em seu trabalho e como previsão para o futuro: tudo para Marco Aurélio Gimenez tem ligação direta com a sustentabilidade e com energias alternativas.
Até julho de 2012, Gimenez fez um investimento da ordem de R$ 20 mil, com aquecimento de água para banhos e torneiras, uso de energia solar fotovoltaica para iluminação de jardins, captação de água de chuva, deck com madeira plástica reciclável e uso excessivo de vidros para aproveitamento de iluminação natural. E Gimenez não para por aí: seu próximo desafio é produzir sua própria eletricidade com energia solar comprando menos energia da concessionária, reduzindo ainda mais a sua conta de energia. Este sistema de geração chama-se On-Grid. Gimenez conta que inúmeros estudos atuais mostram que esse tipo de geração On-Grid é projetado para produzir eletricidade durante 25 anos. Sendo que em 10 anos, todos os investimentos feitos são recuperados. “Espero passar de consumidor para fornecedor de energia no ano de 2013, pois os custos de todos os equipamentos relacionados a energia alternativa têm sofrido baixas expressivas em seus custos, de alguns anos para cá”. Para Gimenez, a tecnologia ainda não foi disseminada por conta do Brasil não dominar completamente o assunto. “Além de aumentar os projetos sustentáveis da minha casa, a ideia é desfrutar de tudo isso e economizar, daqui pra frente.”
Gimenez sentiu-se motivado por uma regulamentação da Aneel, em abril de 2012, permitindo sistemas solares conectados à rede – micro-geração caseira. “Penso em vender energia para companhias de energia elétrica, futuramente, como já acontece hoje em alguns Países da Europa”, diz Gimenez. Ele sabe que ainda não é possível no Brasil, mas garante que este será o seu futuro. “Quero gerar mais energia do que irei consumir para o restante jogar na rede para que outras pessoas possam consumi-la”.
Para ele, deveríamos seguir no Brasil uma cultura diferente, a começar pelo Governo. “É necessário incentivar esse tipo de prática, criando linhas de crédito e divulgação das formas como adquirir esse tipo de sistema.”
O arquiteto que projetou sua casa havia previsto mais alvenaria do que vidro para o layout de sua residência, porém, Gimenez já tinha em mente todas as formas construtivas que poderiam contribuir com o meio ambiente e para o seu bolso. Por isso, modificou parte dos desenhos do profissional que criou seu layout e inseriu vidro em grande parte de sua residência. Algumas construções são realizadas sem a devida atenção ao posicionamento do sol e influência dos raios na entrada da casa. “Não quero de forma alguma ter de ligar a energia em dias claros e/ou com sol.”
Técnica amplamente utilizada onde utiliza coletores solares e um reservatório para a água aquecida pelo sol. Gimenez garante o espaço para acomodar o sistema é fácil de ser encontrado, pois esses equipamentos são instalados normalmente em espaços não utilizados pelos moradores da casa – no telhado. Os coletores solares captam energia do sol e transformam em calor, capaz de aquecer a água passada pelos coletores e levar água aquecida para os chuveiros, lavatórios e para a pia da cozinha.
Módulos fotovoltaicos, com potência instalada de 250 watts, para geração de eletricidade para iluminação de jardins e iluminação de emergência, caso haja interrupção da energia vinda da rede elétrica. O trabalho dos módulos solares é transformar radiação solar em eletricidade distribuindo energia para luminárias com lâmpadas LED em 10 pontos da residência. De acordo com a orientação de Gimenez, esse tipo de sistema não requer manutenção e nem limpeza. “Os módulos solares, por exemplo, são fabricados de modo que não necessite de limpeza contínua e frequente.”
O gerador eólico complementa a geração, que converte a energia dos ventos em eletricidade, sua potência é de 300 watts, posicionado também no telhado da casa de Gimenez, gera eletricidade para carregar as baterias que geram energia para auxiliar as placas que enviam energia para a iluminação do jardim. Ele trabalha em conjunto com os módulos solares. Este equipamento pesa cerca de seis quilos, com um metro e vinte centímetros de diâmetro.
Circuito elétrico e carregador de baterias, com energia elétrica, proveniente dos módulos solares e gerador eólico.
As baterias são utilizadas para armazenar a energia captada nos módulos solares e no gerador eólico. Essa energia será utilizada automaticamente ao escurecer ou à noite na falta de energia da rede para iluminação de jardins e emergência.
Iluminação LED nos jardins, seguindo a busca de soluções mais econômicas. Esse tipo de lâmpada consome menos energia do que as normalmente utilizadas em residências.
A iluminação de emergência é acionada somente quando acaba o fornecimento de energia elétrica da rede. Ao invés do sistema captar energia da rua, capta internamente através da energia vinda dos módulos solares e/ou do sistema eólico. As luzes de emergência também são vistas em lâmpadas de LED, acionadas somente a noite, automaticamente, quando há falta de energia.
Piscina de 30 mil litros, aquecida com energia solar. Todo o sistema é alimentado desta forma, 100% com energia solar.
Com o sol, temos calor e eletricidade. Assim, a bomba de circulação da Anauger é alimentada pelo módulo solar fotovoltaico e faz circular a água da piscina nos coletores para aquecimento, a um custo zero de eletricidade e maior tempo de uso da piscina durante o ano.
A casa conta com uma cisterna, cuja capacidade de água é de 10 mil litros. Trata-se de um sistema de captação de água de chuva, coletada do telhado da residência, com cerca de 200 metros quadrados. Toda a água da chuva captada através das calhas é armazenada na cisterna. O líquido captado passa por um filtro, e é aproveitado 95% do volume captado. O restante (5%) é descartado para a rua levando as impurezas mais pesadas. Essa água é utilizada, na casa de Gimenez, para descargas de banheiros e os moradores da casa garantem que não há diferença alguma na aparência da água vinda da rede externa. A cisterna desta residência foi instalada abaixo do deck da piscina, portanto não ocupa espaço algum do terreno. O sistema de captação de água de chuva foi instalado há 3 anos na casa de Gimenez e já foi possível ter o retorno de seu investimento. Somente com o processo de captação de água de chuva, foi gasto um valor de cerca de R$ 7 mil. No ano passado, teve um período de falta de chuva de aproximadamente 30 dias. A conta de água da residência, neste período de estiagem, apresentou o valor de R$ 200. Em períodos em que o sistema de captação da água de chuva funciona normalmente a conta chega no máximo de R$ 60.
Deck de madeira plástica reciclada composta de materiais plásticos descartados que deveriam estar na natureza. Trata-se de um material 100% plástico, imitando com perfeição a madeira, baixa manutenção e dizem que o plástico dura 100 anos na natureza.