Professora Edinalva Pinheiro revela que fogão transforma a radiação solar em calor para preparo de comida.
Alunos da Escola Benjamin Felisberto, localizada na comunidade rural de Gruta d’Água, em Arapiraca/AL, estão aprendendo novos conhecimentos dentro e fora da sala de aula.
Uma experiência pioneira está sendo desenvolvida por um grupo de professores e estudantes, com a construção de um fogão fabricado com material reciclado e que utiliza a energia solar para o preparo de alimentos.
A diretora da escola, professora Edinalva Pinheiro, revela que o fogão transforma a radiação solar em calor para preparo de comida.
Ela conta que o invento consiste na disposição de um receptor em formato de parábola que concentra os raios solares, convergindo a energia para o ponto central do equipamento.
A temperatura alcançada depende de dois fatores: a qualidade do material utilizado para revestir a parábola e sua correta posição em relação ao Sol. Edinalva Pinheiro esclarece que o calor chega a mais de 350 graus centígrados, temperatura mais do que suficiente para o cozimento de alimentos ou aquecimento de água.
Horário – A diretora relata que o fogão solar deve ser utilizado no período entre as nove e 15 horas, por conta da vantagem de disponibilidade de energia gratuita e abundante nesse intervalo.
Além do baixo custo de fabricação, o equipamento apresenta vantagens: ausência de chamas, fumaça, poluição atmosférica, incêndios e explosões.
“O custo com a manutenção é muito baixo. “O fogão solar é altamente ecológico, tecnológico e econômico, de infinita conservação”. Ele cozinha igual a outro fogão, com o mesmo espaço de tempo e nem precisa de fósforo”, afirma.
Um dos coordenadores da experiência, Inaldo Marques, do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), diz que o fogão também ajuda a preservar o meio ambiente e combate o êxodo rural.
“Ele resiste às chuvas e não provoca riscos domésticos, como queimaduras, uma vez que somente aquece a grelha, no centro da parábola. É prático no uso familiar e nas comunidades, como as escolas, e, sobretudo, no preparo da merenda escolar. Esse trabalho é importante também para educar as novas e futuras gerações”, completa.
Exemplo – A Escola Municipal Benjamin Felisberto está levando suas experiências de sucesso para outros municípios da Região Nordeste. Recentemente, a diretora da escola, professora Edinalva Pinheiro, com o apoio da Secretaria de Educação, enviou representantes da unidade de ensino para um curso de formação, no Campo da Sementeira, na cidade de Glória do Goitá, no interior de Pernambuco.
A cidade de Arapiraca foi representada pela professora Áurea Stela, o agente administrativo Francisco da Silva, a assistente educacional Maria Thaís e a aluna do 5º ano do Ensino Fundamental Keytiane Silva.
A diretora Ednalva Pinheiro destacou a importância da manutenção do projeto de tecnologia também para a comunidade. Ela esclareceu que educadores e alunos irão participar de outras capacitações e encontros de intercâmbio como Escola de Referência.
O título foi dado pelo Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), por meio do projeto Municípios e Adolescentes Mobilizados Para a Garantia de Direitos no Semiárido Alagoano e Pernambucano. A instituição formulou o convite para a escola participar da oficina de planejamento e implantação dos Núcleos Territoriais de Educação Para a Convivência com o Semiárido.
Ednalva Pinheiro lembrou que a prefeitura assinou o Termo de Cooperação Técnica, colocando a Escola Municipal Benjamin Felisberto à disposição do projeto financiado pelo Unicef. Durante seis meses, 40% dos alunos com idade entre seis e 14 anos serão acompanhados pelos educadores para verificação dos índices de desempenho e desenvolvimento pessoal, escolar, físico e ambiental.